Ficaram assim em silêncio durante algum
tempo, admirando o mar que estava particularmente calmo naquele dia. Nuno poisou as mãos nos pés dela e exclamou chocado:
- Irra! Estás morta ou quê? Vamos embora.
Tens de escaldar esses pés senão apanhas uma gripe! - e levantou-se puxando-a
com força demais, desequilibrando-a. Amparou-a e abraçou-a de frente para si,
trancando-lhe os braços que estavam escondidos debaixo do casaco gigante que
lhe dava até aos joelhos.
Beijou-a com suavidade, sem pressas, para
perceber se era aquilo que ela queria. Não tinha havido entre os dois um
esclarecimento do que começavam a sentir, gostavam apenas de estar juntos, e
iam-se permitindo explorar a intimidade de uma forma natural, uma forma de amar
que Nuno nunca tinha vivido e que surgira sem que ele percebesse bem como.
Ela lutou para desembaraçar os braços, deixando
o casaco cair na areia.
Beijaram-se com mais intensidade, com uma
paixão inesperada, e deixaram-se levar, confirmando um ao outro o que sentiam
secretamente desde o primeiro encontro.
Foram obrigados a parar por ali, era de
dia e havia mais gente na praia.
- Anda, vamos a minha casa. - informou ele
peremptoriamente.
- Mas vamos voltar já para Coimbra? -
Margarida estava curiosamente a gostar da praia da Figueira...
- Não. Não sabes que toda a gente chique
de Coimbra tem casa na Figueira? - gozou ele.
- Ah, ok, afinal isto tudo foi um plano
para me usares... - disse ela divertida.
- Não tinhas nada que me falar no topless!
- apanhou o casaco do chão, embrulhou-a nele e pegou-lhe facilmente como se
Margarida fosse um saco de babatas.
(direitos reservados, afsr)
(imagem, internet)
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