quarta-feira, 3 de maio de 2017

"Margarida, o Bom e o Mau Gigante" - Cap 14 (2ª parte)



Jaime surpreendeu-se ao entrar no Pub e ver Catarina ao balcão, animada com outras mulheres. Dirigiu-se a ela, curioso por saber se Margarida também a convocara para aquele encontro tardio.
Catarina sobressaltou-se ao vê-lo ali e ficou aflita por ter sido apanhada desprevenida. Inventou uma desculpa esfarrapada e saiu, fugindo apressada com o pânico de dar de caras com Margarida, que pelos vistos, iria encontrar-se com ele ali daqui a pouco. Caminhava nervosa, de telefone na mão, precisava de informar Álvaro daquele contratempo, quando viu o jipe de Nuno a estacionar em frente do Pub. Que estranho, pensou, talvez fosse melhor espreitar o que estava a acontecer. Se Margarida tinha combinado um encontro com Jaime, e Nuno aparecesse para os desmascarar, ela Tinha de ver aquilo. Antes de entrar, aguardou pela chegada da “chefe” e ligou a Álvaro, ele gostaria de ser informado daquela novidade!
O polícia atendeu prontamente,
- Estou?
- Álvaro, aconteceu qualquer coisa de estranho. Estava aqui no Pub perto da casa do Nuno quando o Jaime entrou e me viu. Veio ter comigo para saber se a Margarida também me tinha chamado para a conversa. Pelos vistos eles vão-se encontrar agora. Ah, e o Nuno também veio.
- O quê? – Álvaro ouvia aquela voz de garnisé, enfurecido, o parvo do Jaime não ficara convencido com as desculpas de Catarina, no dia anterior e devia estar desconfiado de que eram treta. Mas porque teria Nuno ido também? Aquilo corria mal, novamente. Ficou ansioso, deu um gole na sua bebida forte e decidiu não esperar mais. Chegara a hora. – Espera aí fora pela Margarida, não a deixes entrar, empata-a que eu estou a ir. Quero apanhá-la. – e estremeceu um pouco por ter denunciado com os seus modos rudes alguma intenção de magoar Margarida. – Preciso de falar antes com ela. – rematou.
Catarina não obedeceu, estava demasiado curiosa com o teor da conversa que estaria a decorrer dentro do Pub e entrou, escondendo-se. Os dois polícias falavam exaltados, não um com o outro, mas com qualquer coisa. Ela não os conseguia ouvir. Nuno bebia depressa, parecia nervoso. Jaime parecia consolá-lo. Talvez ouvisse confissões amorosas do colega de trabalho. Decidiu obedecer a Álvaro, e saiu para a rua, na esperança de ainda ir a tempo de apanhar Margarida longe da porta o suficiente para a empatar. Ligou novamente a Álvaro, enquanto esperava,
- Sim? O que foi? – conduzia freneticamente, havia pouco tempo para chegar ao local e aquela parva só o distraía.
- Ela ainda não chegou. Eles continuam lá dentro à conversa. – Catarina estava nervosa com a ideia de que Margarida chegasse primeiro que Álvaro, preferia que ele a enfrentasse.
- Fica aí sossegada à espera dela, estou a chegar. – desligou o telefone e carregou no acelerador, teria de ser rápido.
Catarina embrulhava o telemóvel nas mãos, com os nervos em franja, não se tinha preparado para encarar a outra. Jaime abriu a porta do Pub e ela empalideceu.
- Então? Ainda aqui estás afinal? – perguntou surpreso ao vê-la.
Jaime conversara com Nuno sobre o dia anterior e ficara bastante desconfiado de que Catarina andava a meter-se com as pessoas erradas. Ela metera-o num belo sarilho, quase tinha sido espancado por Nuno, que pensava estar a ser traído por ele e Margarida e por uma razão desconhecida, Catarina levara-o para fora do edifício da PJ na noite anterior. Rezava para que Álvaro não estivesse metido naquelas confusões.
- Sim, - respondeu nervosa, sem saber o que dizer – desculpa aquilo de ontem. Fui parva em te mentir. Ando apaixonada pelo Nuno e queria provocar uma discussão entre ele e a Margarida. Tentei atrai-la até nós ontem, mas ela não fez caso. Queria fotografar-vos juntos e mostrar a Nuno… - saí-me bem!, pensou ela triunfante e aliviada.
- Pois, logo vi. És mesmo parva, o Nuno tinha razão. – Jaime ficou satisfeito por ouvir uma desculpa coerente e Álvaro não aparecer nela. As mulheres eram um bicho terrível, constatou enojado com Catarina. – Xauzinho. – afastou-se e dirigiu-se ao carro que estava estacionado numa rua paralela.
Catarina suspirou de alívio, mas lembrou-se logo de seguida que Nuno ainda estava dentro do Pub e Margarida deveria aparecer a qualquer momento. Esperou uns minutos que lhe pareceram séculos, aterrorizada com a chegada iminente da “chefe”, quando finalmente viu Álvaro aparecer e correu para ele, em pânico.
- O Jaime já se foi embora, consegui enganá-lo, novamente. – acrescentou orgulhosa. – O Nuno ainda lá está dentro e a Margarida deve aparecer a qualquer momento.
- Calma, no caminho vinha a pensar, e acho que vou mudar os planos. Tu continuas aqui fora, à espera dela e eu vou ter uma conversinha com o meu filho. Está na hora de resolver as coisas definitivamente. – disse de forma sombria.

- Ok… - Catarina estremeceu com o olhar negro do polícia e obedeceu sem reclamar. Ele era assustador.

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(imagem, internet)

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