Jaime parara no café próximo para comprar
cigarros, antes de entrar no carro, quando viu Álvaro passar. - Foda-se! Eu
sabia que havia esturro! – correu em direção ao Pub, que ficava ainda longe,
temendo já não chegar a tempo de salvar um ou o outro, haveria mortes naquela
noite, pensou angustiado.
Nuno pegou no telefone e ligou para
Margarida. Como poderia ter sido tão parvo? Precisava de a avisar de que ia já
para casa, tinha-a evitado o dia todo e devia-lhe uma explicação, bem como mais
um pedido de perdão de joelhos.
- Sim? – Margarida estava ansiosa com a
demora de Nuno, ele estava muito misterioso e normalmente não era bom sinal.
- Olá. Desculpa não estar aí com vocês,
precisava de vir resolver um assunto com o Jaime. Logo explico-te. Estive com
ele aqui no Pub e já vou pagar para ir embora. – Nuno estava envergonhado e
precisava de a ver. – Mas… que Merda é esta? – sobressaltou-se ao levantar a cabeça
e ver Álvaro, de pé, a olhá-lo de forma intensa. – Álvaro? – desligou o
telefone, encarando-o furioso. Álvaro sentou-se calmamente.
- Álvaro?? – gritou histérica,
fechando a boca com a mão, com medo que a ouvissem.
Por sorte tinha-se retirado para a varanda
para atender o telefonema e ninguém dera por nada. Começou a tremer, o medo
invadia-lhe o sistema nervoso. O doido estava com ele no Pub? Tinha de fazer
alguma coisa. Não o iria raptar, com certeza, não teria força para o fazer, e
talvez Jaime ainda estivesse lá também. Mas, e se Álvaro decidisse contar a
Nuno que era seu pai?, o seu gigante precisava dela, mais que nunca, não
aguentaria aquela verdade assim de chofre. Saiu da varanda e disse a Ana que
Nuno lhe ligara a pedir que fosse ter com ele ao carro. Tinham uma prenda
surpresa para Sofia. Ana não ficou convencida com aquela desculpa,
perguntou-lhe se era mesmo isso que se estava a passar, já tinha notado que
entre os dois havia um ambiente estranho. Margarida descansou-a, libertando-se
o mais rápido possível. Era urgente chegar ao Pub.
- Preciso ter uma conversa muito séria
contigo Nuno. – disse Álvaro calmamente.
- Conversa?, Filho da Mãe! Estás louco.
Estou a controlar-me para não te matar agora mesmo. – rugiu Nuno apertando a
mesa.
- Vamos, por favor. Tenho de te falar
sobre a Margarida, ela corre perigo, e eu não sou o culpado. – mentiu,
utilizando o único meio de conseguir sair dali vivo e levar Nuno com ele.
Nuno obedeceu, levantou-se e caminhou em
transe para fora do Pub, sem perceber que deixara o telefone em cima da mesa.
Saíram e Álvaro encaminhou-os para o jipe
de Nuno.
Passaram por Catarina, que olhava os dois,
apavorada. Algo de muito grave se estava a passar entre pai e filho, pensou
assustada.
Álvaro sentou-se no lugar do pendura.
Precisava que Nuno conduzisse.
- Estou? Jorge? Onde estás? Onde está a
Margarida? – Jaime berrava descontrolado, a correr em direção ao Pub.
- O que se passa? A Margarida saiu, disse
que ia ter com o Nuno ao carro. Mas que merda é que se passa? – Jorge ficou com
o sangue gelado. Ia acontecer outra vez.
- Estive com o Nuno no Pub aqui ao pé de
casa dele, vim embora e quando estava a chegar ao carro vi o Álvaro a
passar. A Margarida não está aí? Merda. Telefona-lhe e diz-lhe para voltar para
casa. Estou a ir para o Pub. – Jaime lamentava a sua mania estúpida de querer
estacionar o carro novo em sítio s
seguros, com medo que lhe arrancassem um espelho se o deixasse à beira da
estrada. - Merda.
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(imagem, internet)
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